quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Violência contra militantes do MLB em Shopping de Fortaleza



No dia 22 de dezembro de 2010, às 10h30, na cidade de Fortaleza, 150 famílias organizadas no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), oriundas dos bairros Curió, Henrique Jorge, Antônio Bezerra, Panamericano e Parquelândia protestaram contra a fome do povo pobre da periferia e contra o absurdo aumento salarial aprovado pelos deputados federais e senadores a eles mesmos.



Virgínia

As famílias, no espírito natalino do amor, da solidariedade, da união, da paz e da fraternidade, realizaram uma manifestação pacífica em um dos maiores símbolos atuais da injustiça, exploração e consumismo: o shopping center, no caso o North Shopping.

Por volta de 10h30, as famílias (idosos, mães, pais e crianças) chegaram ao recinto pacificamente e sentaram em frente ao Supermercado Lagoa. O objetivo era realizar uma plenária aberta com muitos depoimentos, palavras de ordem e músicas natalinas, sensibilizando assim a administração do Shopping para doar 150 cestas básicas para as famílias ali presentes.

Passados cerca de dez minutos de plenária e canções, já envolvendo também vários clientes que faziam suas compras, o chefe da segurança do North Shopping, chamado Peixoto, juntamente com mais 15 seguranças, abordaram o grupo com bastante truculência, partindo para cima até das crianças. Nesse momento, duas lideranças do MLB, Virgínia Ferreira e Elieuda do Nascimento, foram defender as pessoas e passaram a ser agredidas com socos, pontapés, murros e toda sorte de violência, sendo, ao fim, imobilizadas com uma "gravata" e levadas para uma sala interna no Shopping. Alguns apoiadores que estavam participando do ato e assistindo às cenas de violência se envolveram para defender as companheiras e também foram agredidos.

Para Quéops Damasceno, diretor do DCE-UFC que também participava do ato, "a agressão foi uma prova cabal de como os capitalistas, seus seguranças e policiais tratam o povo pobre: com discriminação e violência fascista". Outro apoiador, Glaydson Santana, presidente do Sindlimp-CE, que também foi agredido com truculência disse: "São todos covardes porque perceberam a presença de mulheres e crianças e, mesmo assim, nos atacaram. Os seguranças criaram a confusão, e a polícia, em vez de repreendê-los, pelo contrário, acobertou todos os atos desses verdadeiros bandidos a serviço do dono do shopping".

Na "sala de interrogatório", todo tipo de violência foi praticada contra as lideranças e os apoiadores levados para lá: "telefones", "gravatas", murros, socos, chutes, além da violência moral e psicológica, pois os seguranças o tempo todo chamavam as companheiras da coordenação de "vagabundas", "negrinhas", etc.

Virgínia Ferreira afirmou: "depois de nos ter arrastado durante vários metros dentro do shopping, ainda nos obrigaram, somente três mulheres, a uma enorme humilhação física e psicológica, nos colocando dentro de uma sala com quatro homens que nos espancaram sem nenhum direito de reação. Uma covardia de fazer inveja aos capitães de Hitler e Fleury".

Após as agressões, vários membros do Movimento foram prestar queixa na delegacia. Infelizmente, nem mesmo os escrivães quiseram registrar as acusações, afirmando que todos eram acusados e não vítimas. Mesmo assim, alguns deles foram fazer exame de corpo de delito para comprovar a violência. Vários movimentos se solidarizaram com o protesto do MLB, embora a imprensa oficial tenha feito de tudo para evitar o desgaste do Shopping. Ressalte-se ainda que todas as câmeras e aparelhos de celular que registraram as cenas foram apreendidos pelos seguranças.

Fica assim muito claro como o sistema capitalista trata a sua população que trabalha todos os dias honestamente, beneficiando os magnatas e negando ao povo o direito de andar, comer, vestir-se e manifestar livremente suas opiniões e angústias! Mas eles pode esperar que seu dia irá chegar!

CADÊ A SOLIDARIEDADE, A FRATERNIDADE E A PAZ HUMANA?

EXIGIMOS JUSTIÇA E PUNIÇÃO AOS AGRESSORES!

Coordenação do MLB-CE

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