segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os escândalos da Copa e do Ministério dos Esportes


Obras do Itaquerão: R$ 1 bilhão
Não é de hoje que tem se levantado questionamentos sobre a condução da Copa do Mundo no Brasil. Construção de verdadeiros elefantes brancos como o estádio em Cuiabá, que não tem sequer uma equipe jogando a terceira divisão do futebol brasileiro, escolhas políticas para as cidades-sede, como na definição de Manaus ao invés de Belém, que possui maior tradição no futebol e estádio melhor preparado, sem falar nas obras bilionárias.

Estima-se que apenas com as obras de construção de estádios, mais de R$ 30 bilhões serão gastos, essencialmente com recursos públicos, e determinadas equipes os receberão como prêmio, numa bonificação por seus “serviços prestados a CBF”, como é o caso do Corinthians Paulista, e seu presidente Andrés Sanchez, aprendiz de Ricardo Teixeira.


Nunca é demais lembrar que as últimas Copas tiveram 8 sedes, e no Brasil serão 12, aumentando significativamente os custos para esse evento que terão seus ingressos ao custo mínimo de R$ 240,00, ficando claro que mesmo sendo no Brasil é um evento destinado ao público estrangeiro, principalmente europeu.

É no meio dessa Copa que as denúncias contra o ministro Orlando Silva ganham força na mídia conservadora do país. Alguém achava que as grandes empreiteiras e a FIFA tinham interesse em manter Orlando a frente das negociações da Copa? Ele e o PCdoB achavam. Aí reside o grande problema.

Ao aceitar e se submeter aos interesses da FIFA e da CBF, o ministro perdeu qualquer força de questionamento ou apoio frente à Copa. Orlando corroborou com as escolhas das sedes, a eliminação do estádio do Morumbi pela posição do clube na disputa do clube dos 13, com a proibição da meia-entrada para os estudantes (mesmo tendo sido presidente da UNE), e silencia com os privilégios dados a própria mídia, como vimos com a Globo e a prefeitura do Rio de Janeiro no sorteio das eliminatórias.

Ministro Orlando Silva (PCdoB)
Mesmo com a greve dos trabalhadores das obras da Copa, Orlando preferiu apelar ao “patriotismo” para por fim as reivindicações, do que enxergar os baixos salários e as precárias condições de trabalho que as empreiteiras impõem aos trabalhadores. E ainda há a Lei da Copa, criada para esconder os gastos públicos com o evento, tudo para garantir bilhões de lucro para a FIFA, da CBF e seus esquemas de corrupção.

Essa posição política é a mesma que conduziu o Pan de 2007, e quatro anos depois, o velódromo está abandonado, o complexo aquático Maria Lenk praticamente inutilizado e foram gastos mais de R$ 3,5 bilhões nas obras. Fica a pergunta, qual o “legado” deixado para a cidade do Rio de Janeiro?

Na mesma linha se constituiu o programa segundo tempo, que acumula vários projetos que ficaram a quem do previsto, em especial nas parcerias com as ONG´s como é o caso de João Dias. Segundo o próprio Ministério sua ONG não prestou contas de R$ 3 milhões dos R$ 4 milhões liberados. Coincidentemente, nesse mesmo período ele foi candidato a Deputado Distrital pelo PCdoB.

A política esportiva no Brasil está, definitivamente, invertida, e ao invés do financiar os grandes eventos midiáticos e alimentar esquemas de corrupção, o governo deveria financiar o esporte amador e tratar a prática esportiva como elemento de inclusão e interação social. Prova disso é que os estudantes dos institutos federais tiveram os JIF´s (Jogos dos Institutos Federais) cancelados por falta de recursos.

Quanto a Orlando e as denúncias, é preciso garantir espaço para sua defesa, mas sem dúvidas, sobre a condução das ações do Ministério, da Copa e das Olimpíadas não resta dúvida que está indo no caminho errado, e ele é um dos grandes culpados.

PS: Fica ainda mais feio utilizar o nome de comunista para defender esse tipo de política. Ontem foi denunciada a compra à vista por parte do ilustre Ministro de um terreno de R$ 300 mil. Com certeza não foi no Manifesto Comunista de Marx e Engels que ele buscou inspiração para esse feito.

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